quinta-feira, 26 de março de 2009

SECA: Prefeito deverá levar relatório da situação do Município para a Defesa Civil

O Prefeito de Monte Alegre de Sergipe encaminhará, nesta quinta-feira, à DEFESA CIVIL do Estado de Sergipe, Relatório da situação do Município diante da estiagem que assola todo o sertão sergipano.

O Sr. Cícero Aristides, membro da Coordenação de Defesa Civil do Município, fez o levantamento dos dados que constitui o Relatório, conforme descrição abaixo:

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2008: Um ano de frustração no setor agrícola

No dia 10 de setembro do ano de 2008, foi declarada através do Decreto nº 010/2008 de 10 de setembro de 2008, Situação de Emergência(ESTIAGEM) em toda área rural do Município de Monte Alegre de Sergipe/SE. Na ocasião os efeitos gerados pela frustração da safra agrícola de inverno, em razão da irregularidade das chuvas corridas no Município no período compreendido entre o plantio e a colheita, dentre outros, levaram o Município a declarar a Situação de Emergência(ESTIAGEM). A Defesa Civil Estadual juntamente com o COMDEC(Coordenadoria Municipal de Defesa Civil), iniciou o processo de abastecimento de água através da Operação Pipa, sendo mais tarde substituídos pelo Exército Brasileiro. Foi levantado através da EMDAGRO e da Secretária Municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente informações sobre as grandes perdas da safra de milho e feijão ocorridas na zona rural do nosso Município, sendo que em relação à quantidade houve uma produção de 6.650,4 toneladas de grãos de milho e feijão, perfazendo um total de 2.586,72 mil, valor muito abaixo da média anual, gerando prejuízos econômicos significativos. Segundo relatório da EMDAGRO, nos primeiros 15 dias do mês de junho de 2008, a precipitação de chuvas foi de 45,5 mm, e quando se totalizou o índice pluviométrico desse mês foi registrado apenas 96 mm. Esse processo deu início período de estiagem que vem assolando a região rural até a presente data. Ainda segundo a EMDAGRO, o Município sofreu prejuízos com a perda de 85%(oitenta e cinco por cento) da produção de grãos correspondente as culturas de milho e feijão que são as mais produzidas pelos agricultores familiares em toda a zona rural, o que em números absolutos correspondeu a 6.400 hectares de área plantada de milho e 1.600 hectares de feijão. O valor dói estipulado em R$ 0,34/kg para o milho e R$ 3,00/kg para o feijão, gerando um prejuízo total de R$ 2.219.520,00 de milho e R$ 367.200,00 de feijão. O número de pessoas afetadas à época foi aproximadamente de 5.520. Com o avanço da estiagem as dificuldades foram aumentando. Um novo levantamento da EMDAGRO e da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente constatou que há aproximadamente 10 meses não chove suficientemente para armazenar água nos reservatórios das Comunidades Rurais.

2009: A dificuldade continua

Dados da EMDAGRO informam que entre os dias 1º de janeiro a 09 de março de 2009, as precipitações de chuvas foram de 64,5 mm, valor muito abaixo da média. Com isso, os animais estão ficando sem água para beberem e também sem comida, pois, não há mais silagem ou rolão, e a palma forrageira já começou a escassear. Os criadores de bovinos estão reduzindo seus planteis à metade, para com esse dinheiro alimentar os remanescentes. A falta de água e de alimentos vem causando a morte de alguns animais e a fragilidade de outros, sendo que os agricultores não estão encontrando soluções cabíveis para resolver esse grande problema. Em algumas regiões, devido à falta de alimentos, os produtores estão recorrendo ao “mandacaru”, planta típica do sertão semiárido, para alimentar o que restou do rebanho. Uma grande preocupação que este órgão vem tendo é em relação aos agricultores. O sustento da grande maioria dos agricultores está nas lavouras de milho e feijão, já constato a perca de 85% no ano de 2008, e do leite produzido por esses animais. Com a diminuição do rebanho e também a diminuição da produção leiteira, o produtor rural está começando a passar necessidades. Com isso, a migração para a “Cidade” é uma das soluções encontradas pela família do produtor, causando o “inchamento” da população urbana, acarretando em problemas sociais e também de violência. Com o avanço da seca(Estiagem) e o fim do prazo de 180(cento e oitenta) dias do Decreto nº 010/2008 de 10 de setembro de 2008, está sendo confeccionado um novo Decreto para declarar uma nova Situação de Emergência(Estiagem) no Município por um prazo de 60(sessenta) dias, sendo preparado pela Coordenadora Municipal de Defesa Civil(COMDEC) um estudo sobre a avaliação de danos causados pelo prolongamento da estiagem.

Para minimizar esses problemas, sugerimos ao Governo do Estado que atue de forma enérgica, buscando alternativas para solucionar os problemas relacionados com a seca(estiagem), possibilitando, por exemplo, a liberação de água pela Operação Pipa para os animais, cestas básicas para os produtores e também alimentos para os animais.

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Além do Relatório, o Prefeito Municipal estará entregando um vídeo e diversas fotos, que registram a situação de calamidade que se encontra o Município.


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