sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Apicultura, uma alternativa para transformar a "cara" do sertão sergipano


Fonte: ASN


Apostar na apicultura para transformar a ‘cara’ do sertão sergipano. Esta é a proposta da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) que, juntamente com o produtor rural, Luiz Gonzaga, morador da comunidade Boa Vista, em Monte Alegre, vê no reflorestamento da região um aliado para a produção de mel e uma ótima alternativa para fazer do sertão um horto florestal.

Seu Gonzaga, que veio há quase três anos do interior de Minas Gerais, onde trabalhava como técnico em mecânica, apostou na força da apicultura sergipana e adequou essa cultura às características do território sertanejo. “Eu não entendia nada de apicultura. Após fazer um curso sobre o assunto, meus horizontes se abriram. Aí eu procurei os técnicos da Emdagro que prontamente me ajudaram”, relata seu Luiz Gonzaga.

“Hoje, nós estamos tentando reflorestar a minha propriedade rural com plantas características da caatinga e isso vai me ajudar muito porque elas servirão para a prática da apicultura”, diz o produtor, ao acrescentar que plantas como angico, umbuzeiro, jurema, aroeira, caju e gliricídia, entre outras, são altamente melíferas e que vão justamente fluorar no período da seca.

Assim como a jurema, que fluorou no mês de dezembro, as catingueiras estão começando seu ciclo de floração neste mês de janeiro. Isto significa que Seu Gonzaga, em vez de alimentar as abelhas artificialmente, vai alimentá-las a partir do que tem plantado. “Durante um ano, as abelhas produzem 180 kg de mel em duas fileiras e o meu único custo é alimentá-las com aquilo que eu planto. No sertão, não adianta plantar um pé de maçã sem ter água, eu sou apicultor e o que eu preciso são flores. Estou muito satisfeito”, enfatiza Gonzaga.

“Eu iniciei este trabalho há dois anos com apenas 10 caixas de ‘melgueiras’ [local onde as abelhas depositam os polens] e, hoje, tenho 28 dessas caixas. Elas me garantem o suficiente para a minha sobrevivência”, afirma ele.

De acordo com o técnico da Emdragro Márcio Conceição de Santana, a idéia e ampliar o projeto da apicultura na comunidade. “Entendemos ser viável, além de possibilitar uma renda extra para aqueles produtores com a produção de mel”, afirma, ao acrescentar que o gado e as abelhas podem viver harmonicamente sem que haja prejuízo a nenhuma das duas criações.

“Além disso, estamos reparando os danos causados ao meio ambiente cultivando plantas características do sertão, tornando a região num verdadeiro horto florestal como sonha seu Luiz Gonzaga”, finaliza o técnico.

Nenhum comentário: